quinta-feira, 6 de outubro de 2011

HISTÓRIA DA SEMANA

Um lápis que estava farto de escrever…

Era uma vez um lápis colorido, com uma borracha amarela que era uma marca de família. Ele gostava de brincar, de pregar partidas e de dizer algumas mentiras. Escrever é que não! Matilde era a sua dona e os seus melhores amigos eram a borracha, o afia e a régua.
Numa manhã de outono, na escola, a Matilde ficou de castigo por ter falta de material; faltava-lhe o lápis e o afia. O seu lápis tinha-se baldado à escrita e o afia aos seus compromissos.
Todas as noites, depois de Matilde preparar a mochila, o lápis fugia com a ajuda da régua e ficava aos saltos até partir o seu bico. A seguir escondia-se atrás do armário na última prateleira. Durante o dia, o lápis ia brincar com os outros objetos e quando estes perguntavam porque é que ele não estava na escola, ele respondia que Matilde o tinha esquecido em cima da secretária ou que era fim de semana. Aproveitava para fazer disparates, como furar sacos, riscar as paredes e o chão, efetuar chamadas telefónicas saltando nas teclas…
Ao fim do dia, quando Matilde chegava a casa, o lápis saltava para cima da secretária e fechava os olhos para que ela não se apercebesse de que estava vivo.
Quando um dia ela entrou no quarto e se sentou à secretária para fazer os trabalhos da escola, o lápis ficou tão nervoso… Odiava escrever! Deu um berro, quando Matilde tirou os trabalhos da mochila. E quando ela se virou para perceber o que se passava, o lápis saltou para trás do armário. Odiava tanto escrever! Matilde foi então perguntar à mãe e ao pai se o tinham visto, mas não. Entretanto, atrás do armário, o lápis encontrara seis lápis de cor que fugiam também da arte de escrever. Juntos decidiram fugir das tarefas escolares!
A partir daí a Matilde começou a usar a lapiseira! Os lápis tornaram-se livres naquela casa.


Matilde Soares Garcia
Estoril, 25 de setembro de 2011
Escola EB1 de Bicesse

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