Um lápis que estava farto de escrever…
Era uma vez um lápis colorido, com uma borracha amarela que era uma marca de família. Ele gostava de brincar, de pregar partidas e de dizer algumas mentiras. Escrever é que não! Matilde era a sua dona e os seus melhores amigos eram a borracha, o afia e a régua.
Numa manhã de outono, na escola, a Matilde ficou de castigo por ter falta de material; faltava-lhe o lápis e o afia. O seu lápis tinha-se baldado à escrita e o afia aos seus compromissos.
Todas as noites, depois de Matilde preparar a mochila, o lápis fugia com a ajuda da régua e ficava aos saltos até partir o seu bico. A seguir escondia-se atrás do armário na última prateleira. Durante o dia, o lápis ia brincar com os outros objetos e quando estes perguntavam porque é que ele não estava na escola, ele respondia que Matilde o tinha esquecido em cima da secretária ou que era fim de semana. Aproveitava para fazer disparates, como furar sacos, riscar as paredes e o chão, efetuar chamadas telefónicas saltando nas teclas…
Ao fim do dia, quando Matilde chegava a casa, o lápis saltava para cima da secretária e fechava os olhos para que ela não se apercebesse de que estava vivo.
Quando um dia ela entrou no quarto e se sentou à secretária para fazer os trabalhos da escola, o lápis ficou tão nervoso… Odiava escrever! Deu um berro, quando Matilde tirou os trabalhos da mochila. E quando ela se virou para perceber o que se passava, o lápis saltou para trás do armário. Odiava tanto escrever! Matilde foi então perguntar à mãe e ao pai se o tinham visto, mas não. Entretanto, atrás do armário, o lápis encontrara seis lápis de cor que fugiam também da arte de escrever. Juntos decidiram fugir das tarefas escolares!
A partir daí a Matilde começou a usar a lapiseira! Os lápis tornaram-se livres naquela casa.
Matilde Soares Garcia
Estoril, 25 de setembro de 2011
Escola EB1 de Bicesse
Sem comentários:
Enviar um comentário